A fratura do fêmur proximal, tanto do colo do fêmur como da região transtrocanterica, acomete mais o paciente o idoso. Acontece devido a maior tendência a acidentes doméstico nesta fase de vida: como quedas de própria altura, diminuição da acuidade visual, diminuição de força muscular e reflexos, reação de defesa, pressão arterial baixa, doenças neurológicas, e a facilidade de fraturas pela presença de osteoporose, dentre outras causas.
O envelhecimento representa a passagem do tempo, não a doença, sendo um processo individual, natural e fisiológico. Definir envelhecimento como idade cronológica acima de 60 anos ou mais não é preciso, a própria Organização Mundial de saúde (OMS) reconhece que, qualquer que seja o limite mínimo adotado é importante considerar que as alterações que acompanham o envelhecimento variam de acordo com as condições de saúde, nível de participação na sociedade e nível de independência em diferentes contextos.
A queda é provocada por circunstâncias multifatoriais, resultando ou não em dano. Considerando-se queda quando o paciente é encontrado no chão ou quando, durante o deslocamento, necessita de amparo, ainda que não chegue ao chão. A queda pode ocorrer da própria altura, da maca/cama ou assentos (cadeira de rodas, poltronas, cadeiras, cadeira higiênica e vaso sanitário).
Com relação aos fatores ambientais e organizacionais causadores de queda no domicílio, podem ser citados: pisos desnivelados, objetos largados no chão, presença de animais, calçados sem solados antiderrapantes e altura inadequada da cadeira e sem apoio para auxílio ao levantar e sentar.
Assim intervenções são necessárias na avaliação do risco de queda no domicílio como agendamento dos cuidados de higiene pessoal, revisão periódica da medicação, atenção aos calçados utilizados, atenção a incursões noturnas ao levantar da cama para ir ao banheiro ou cozinha e educação dos pacientes e familiares.
A confirmação da queda, identificação clínica de dor em quadril ou pelve associada à impotência e eventuais deformidades ou encurtamentos do membro acometido, indicam encaminhamento imediato para atendimento de emergência ortopédico com acionamento de atendimento domiciliar para remoção do indivíduo de preferência em ambulância.
O idoso que cai e não consegue andar ou claudica (manca) referindo dor na virilha ou na coxa, deve ser avaliado por um ortopedista. Fraturas incompletas ou pouco desviadas podem permitir a deambulação dando a falsa impressão de não ter tido consequências mais serias. Continuar andando pode completar e/ou desviar a fratura implicando em maior gravidade na lesão e ou tratamentos mais complexos e com maior risco.
No contexto do diagnóstico e tratamento precoce pretende-se atingir o objetivo na abordagem médica destas fraturas que são:
Cirurgia precoce, que inclui a fixação da fratura ou a substituição da articulação por uma prótese de quadril, dependendo da fratura.
Fisioterapia e posição sentada o mais breve possível, a fim de trazer o idoso ao seu ambiente e rotina, evitando assim outras comorbidades como depressão, infecções oportunistas como urinaria e pneumonia, que são na maioria das vezes causa de complicações associadas a estas fraturas.