Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) é uma doença do neurônio motor de caráter degenerativo e progressivo. Embora não se conheça totalmente a etiologia, a causa mais aceita é a degeneração das unidades motoras remanescentes, algumas gigantes (grande número de fibras 10 musculares inervadas pelo mesmo neurônio motor), formadas após a fase aguda da poliomielite. A SPP é definida por um conjunto de sinais e sintomas que ocorrem, geralmente, após 30 a 50 anos, no mínimo 15 anos após a infecção aguda da poliomielite. Caracterizada, principalmente, por três sintomas principais: nova fraqueza muscular, fadiga e dor.
A nova fraqueza muscular, afeta geralmente os músculos previamente mais comprometidos, mas também pode afetar a musculatura aparentemente normal, estando acompanhada ou não de fadiga e dor muscular e/ou articular. Outros sintomas que podem estar presentes são: nova atrofia muscular; disfonia; disfagia; insuficiência respiratória; transtorno urinário e fecal, transtornos do sono associado ou não à cefaleia matinal; aumento de peso corporal; intolerância ao frio; ansiedade; depressão; problemas de memória.
Tipos de SSP:
Pelo fato dos critérios diagnósticos incluírem diversos sinais e sintomas, os subtipos de SPP têm sido propostos, mas no último consenso de 2000, ficou estabelecido que não existe base suficiente para uma classificação específica.
Nomenclatura
Alguns termos foram propostos para denominar os novos sintomas observados e relatados pelos pacientes, tais como: 1) falta de força por sobrecarga de trabalho; 2) começo tardio da insuficiência respiratória; 3) perda da capacidade ambulatória; 4) efeitos tardios da poliomielite; 5) Síndrome Pós-Poliomielite.
A diversidade de termos se dá devido à ausência de um teste patognomônico (específico) além de entendimento incompleto da fisiopatologia básica das novas complicações. Outra razão é que os 11 indivíduos podem ter um, dois, ou mais processos patológicos presentes
ao mesmo tempo, produzindo sintomas similares ou sobrepostos.
O termo Síndrome Pós-Poliomielite (SPP) foi cunhado inicialmente pelos próprios pacientes para descrever a variedade de sintomas inexplicáveis que causavam dificuldades físicas e psicológicas, experimentadas muitos anos após da instalação da poliomielite aguda. Com o passar do tempo o termo SPP foi adotado pelos pesquisadores incluindo não só os novos sintomas neurológicos, mas também outros problemas clínicos, ortopédicos, ou psiquiátricos que são
indiretamente relacionados com as deficiências no decorrer do tempo.
SPP é um termo mais heterogêneo, portanto, mais prático no cenário da clínica típica. Contudo, não deve ser usado indiscriminadamente para todas as pessoas com história de poliomielite paralítica com um novo comprometimento.
Fraqueza Muscular
A nova fraqueza muscular, com ou sem atrofia associada, pode envolver os músculos previamente afetados que foram parcialmente ou inteiramente recuperados, ou os músculos que aparentemente não foram afetados pela infecção original da poliomielite. A nova fraqueza é caracteristicamente assimétrica e é frequentemente mais proeminente naqueles músculos que foram envolvidos na doença aguda e que tiveram então uma boa recuperação.
Recomenda-se observar a permanência da fraqueza por menos de um ano e a instabilidade articular principalmente em membros inferiores para diferenciar da nova fraqueza muscular.
Fadiga
Fadiga é o segundo sintoma mais frequentemente relatado como sendo o mais debilitante sintoma da SPP. Fadiga é a sensação de exaustão e de capacidade diminuída para realizar algum trabalho físico ou mental que a princípio seria facilmente realizado. Muitas pessoas que apresentam SPP referem-se à fadiga como uma diminuição da energia, indisposição para sair de casa, dificuldade em fazer trabalhos repetitivos, cansaço excessivo, sonolência, falta de atenção e esquecimento, podendo ser provocada ou exacerbada pela atividade física intensa e pelo estresse emocional.