Não é de hoje que a eletroterapia e fisioterapia são aliadas no tratamento de diversas patologias. Utilizando correntes de baixa ou alta intensidade, a estimulação elétrica é conhecida há muitos anos por sua capacidade de melhorar dores e desconfortos.
Como surgiu a eletroterapia?
Apesar de ter sido aperfeiçoada somente nas últimas décadas, as técnicas da eletroterapia são conhecidas desde a antiguidade. Há registros que comprovam o uso de correntes elétricas para o tratamento contra dores e patologias ainda no século 16.
Naquela época, os peixes elétricos (ou raias elétricas) eram aplicados na pele dos pacientes. Por meio dos choques, essas pessoas obtinham uma analgesia local.
Como funciona a eletroterapia na fisioterapia?
Simplificadamente, podemos dizer que a eletroterapia faz uso de impulsos elétricos a fim de prejudicar a transmissão dos sinais de dor para o cérebro. Para isso, músculos e tecidos são estimulados (por meio de aparelhos) a produzir endorfina. O hormônio, que é responsável pela sensação de prazer e bem-estar, atua como um analgésico.
Além disso, dependendo do método utilizado, é possível promover a nutrição e a regeneração tecidual, estimular as células do corpo, agilizar a cicatrização, aumentar o fluxo sanguíneo do organismo, atuar como anti-inflamatório, entre outros.
Veja alguns problemas que podem ser tratados com a eletroterapia:
tendinites;
mialgias;
tensões musculares;
bloqueios articulares;
cicatrizações cirúrgicas;
contusões;
anquilose fibrosa;
hipotrofia muscular;
rigidez pós-gesso;
artrite;
periartrite;
bursite;
lombalgias;
fibrose;
edemas;
cicatrização de feridas.
Vale destacar, ainda, que existem diversos métodos que podem ser usados na eletroterapia, como lasers, ultrassons e Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS). Lembre-se de que cada um deles tem suas indicações e contraindicações.
No que consiste a Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS)?
A Estimulação Elétrica Nervosa Transcutânea (TENS) — ou, no inglês, Transcutaneous Electrical Nerve Stimulation — é uma técnica eletroterápica bastante popular na reabilitação de pacientes com artrites, dores lombares, nevralgias, entre outros.
O TENS é um pequeno dispositivo que controla a intensidade dos estímulos que serão aplicados sobre a pele. Durante o tratamento, geralmente o paciente precisa colar alguns eletrodos diretamente na área dolorida ou no nervo causador do problema.
Os impulsos elétricos variam de 60 a 200 Hz (alta frequência) a menos de 10 Hz (baixa frequência). Vale lembrar que as intensidades são controladas pelo fisioterapeuta (por meio do aparelho) e cada uma delas tem as suas vantagens e desvantagens. Entenda:
Alta frequência
Quando um paciente é submetido a estímulos elétricos de alta intensidade, ele não sente desconfortos no momento da sessão. Funciona assim: os “choquinhos” bloqueiam os sinais de dores enviados ao cérebro, melhorando momentaneamente o problema.
Como não há desconfortos, a sessão pode durar bastante tempo. No entanto, o efeito do tratamento — ou seja, o alívio da dor — não é duradouro.
Baixa frequência
Os estímulos de baixa frequência, por sua vez, apresentam um resultado mais duradouro, já que os impulsos incitam a produção de endorfina. Em contrapartida, as sessões costumam ser desconfortáveis aos pacientes — geralmente, eles não toleram mais do que 30 minutos de aplicação.
Seja qual for a frequência escolhida, tenha em mente que o TENS deve andar lado a lado com as técnicas manuais de fisioterapia. O ideal, assim, é que os métodos se complementem.
Com tantos benefícios, é comum que as pessoas se perguntem se a eletroterapia é mais eficiente do que os exercícios de terapia manual. É claro que a resposta dessa pergunta vai depender da preferência do profissional, mas o que podemos dizer é que alinhar os dois recursos disponíveis (apropriados para o caso do paciente) é sempre mais eficaz.